quinta-feira, 29 de abril de 2010

Devaneios




Fazer pauta para o Matéria Prima sempre rende algum resultado (bom ou não).
Explicação para a ausência: semana de provas.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Atrativos não são apenas os produtos





Em meio às variedades gastronômicas oferecidas na Feira do Produtor em Maringá, destacam-se também os personagens

Era manhã de sábado e, como de costume, ocorria a movimentação repetida há quase três décadas ao redor do estádio Willie Davids. Com um público que difere da feira de quarta, todos que por ali transitavam tinham um objetivo comum: levar algo para casa. Seja verdura fresquinha, dinheiro para pagar as contas ou história para contar. (...)

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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Free as a bird

Quanto mais eu encarava a placa indicando perigo, mais eu queria persistir na mesma direção. É como se uma força superior sugasse toda a minha vontade de querer chegar até lá, descobrir os mistérios envoltos naqueles indicativos longínquos e vermelhos, que somente pela tonalidade, eu poderia adivinhar minha imprudência em dar o passo seguinte.
O chão de terra era decorado por uma vegetação rasteira, garrafas de vinho barato atiradas por toda a parte, latinhas de cerveja exalando aquele odor peculiar da bebida “chocha”. Sinal de que ninguém transitava por ali desde que o quase outdoor fora instalado. Forçava a visão sem a ajuda das lentes agora, em busca de um sinal mais adiante.
Eu sabia que estava perdido, por uma estrada que a volta talvez tardasse a chegar. Em minha memória lances de lembranças já empoeiradas transfiguravam-se na bagagem que eu quisera deixar para trás. Pé ante pé, por vezes enroscando meu all star surrado em algum ramo seco, tentava seguir em frente. Já não tinha mais medo, não tinha nada a perder. A adrenalina jorrada em minha corrente sanguínea pulsava em minhas têmporas. Fitei as mãos de unhas carcomidas pelo nervosismo presente, enfiei-as no bolso da jaqueta de couro preta.
Cheguei ao que parecia toda a prevenção da placa. Para muitos, um beco sem saída, o fim de tudo. Um precipício. Eu não aguentava mais prender minha alma daquela forma. Para muitos, a despedida. Para mim, o vôo de um pássaro livre.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Estranha companhia

Elas pareciam brotar de toda parte. Era só terminar o café e brincar com as migalhas de pão decorando a toalha de mesa suja com molho de tomate do almoço, que lá estavam elas. Era a preocupação do trabalho, em terminar de digitar os afazeres, era deixar a xícara de café com aquele açúcar derretido ao fundo, que a aparição era inevitável.
Sentava no sofá para assistir o jornal do meio dia, e logo a companhia aparecia tocando os braços, passeando pelos dedos. Até mesmo na hora de escovar os dentes, antes de fitar o reflexo, observava a movimentação no encontro das paredes logo abaixo do armário embutido. Eram infernais. Questionava como e de onde surgiam, por que me perseguiam.
Nunca vislumbrei algum mini pára quedas suspenso no ar parado do cômodo sem ventilação. Mas elas visitavam, sempre que podiam, com a mesma inconveniência a qual estavam acostumadas. Não sabia se era pelo fato do tempo estar mudando, do frio estar chegando. A necessidade de abrigo era brusca.
Tenebroso, embora nunca tenha feito algum mal, a presença incomodava até demais. E não há remédio que cure, que as faça sair por onde vieram. Não há saída fora a convivência. Ou eu em casa, ou elas – a escolha era justa. A rendição foi instantânea: saí.
A casa precisava ser dedetizada, com urgência. Malditas formigas!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Imóvel

Eu não acredito no pavor que me assombra nessa situação em específico. As mãos geladas, a fala rápida proferida em um grito. O desespero seguido do silêncio. Ouço a respiração exaltada e identifico o tremor nos olhos marejados. Ainda estática, tento, em vão, calar o pensamento negativo. Vai dar tudo certo, grifei no contexto. Os holofotes de minha atenção a exatos... Bem, nenhuma distância identificável. A proximidade me assustou.
Um chamado ao fundo indicava que era a hora. A cena ainda congelada permanecia no ambiente familiar. O olhar foi na mesma direção, era impossível respirar agora. O cálculo de movimento meramente ilustrativo para duas estátuas que se amavam. A hora era agora.